Deslizo a mão pelo lençol ainda quente, talvez até um pouco húmido e sinto o cheiro doce e almiscarado do teu corpo: procuro em vão a pele macia que me entregaste e escondo na alvura do algodão o sal da minha tristeza.
Reduzido a mim, recolho ao canto que abandonaste.
Repito as imagens e sons, o arrepio dos sentidos e permaneço imóvel como a vontade de te amar ainda para sempre. Confesso a beleza da tristeza que me provocas...
Talvez um sorriso, talvez uma lágrima, talvez uma memória, talvez uma palavra.
Partiste na certeza de eu não ter encontrado as palavras que me pediste e eu fiquei na incerteza de um dia as encontrar.
Citação (não sei quem é o autor): "Grief never ends....but it changes. It is a passage, not a place to stay. Grief is not a sign of weakness, nor a lack of faith... It is the price of love."
ResponderEliminar"Grief", na falta de um equivalente em português, é um tema recorrente nos teus textos. Alguém que fica ou que parte, melancolicamente distraído com as peças da relação que não foram usadas. Interessante...
Ficarei a remoer as palavras que te pedem. Gostei muito.
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