As novas tecnologias estão cada vez mais preocupadas com o nosso planeta, ou pelo menos é bonito acreditarmos nisto. Depois de tanto andarmos para aqui a destruir, fazemos uma espécie de catarse de cada vez que ligamos uma luz LED ou usamos um carro movido a eletricidade (isto é mais um desejo do que uma realidade - experimentei e gostei). Sentimo-nos inteligentes por sermos capazes de evoluir respeitando o ambiente: fazemos reciclagem e sorrimos, comemos brócolos biológicos e inchamos de vaidade, não bebemos leite de vaca e consideramo-nos superiores, e por aí além. Garantimos - especialmente a nós mesmos - que somos seres evoluídos e que já nem nos passa pela cabeça deixar a torneira aberta quando escovamos os dentes - e eu acho isto tudo muito bem. Tarde, mal, pouco, quase nada, mas ainda assim melhor do que involução total.
Contudo, apresso-me a confessar: há tecnologias amigas do ambiente que são extremamente desagradáveis. Isto de defecar em casas de banho públicas (especialmente em bares e restaurantes) às escuras não pode, certamente, ser considerado evidência de evolução humana. Já é incómodo fazê-lo à caçador - doem as pernas, os músculos tremem, é cruciante -; e nem pensar em não ser assim (ouço logo a advertência aterradora da minha mãe na memória NÃO TE SENTES!), e ainda por cima fico às escuras depois de uns segundos a tentar equilibrar o rabo no ar?!
Não gosto! Perdoe-me o planeta, mas isto assim também já é de mais! Ou então (reparem bem no rasgo de inteligência que evidencio), podiam colocar o sensor alinhado com as nádegas! Assim, bastaria abanar ao de leve o traseiro e não seria preciso levantar o rabo (movimento muito perigoso), agitando os braços, para ligar de novo a luz! Boa, senhores engenheiros?
P.S. Vá-se lá saber por que escolhi este tema em dia de publicação de listas de colocação de professores.