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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Uma missão muito especial


Ontem à noite, estava eu no meu quarto, quando ouvi um grande estrondo. Fiquei assustada porque parecia que alguém tinha caído lá fora e, por isso, fui até à janela do meu quarto. Abri a persiana e fiquei a olhar para todo o lado a ver se percebia o que tinha acontecido. Ao fundo da rua vi uma coisa extraordinária: pensei que não estava a ver bem e decidi esfregar os olhos. Quando os abri novamente, confirmei o que já tinha visto antes: era o trenó do Pai Natal todo espatifado no meio da estrada! Ao lado, a tentar-se levantar, estava o próprio Pai Natal! Vesti o meu robe com muita rapidez e desatei a correr para o ir ajudar.
Quando cheguei lá, ele já estava de pé, a tentar equilibrar-se e a sacudir a sujidade do seu fato. As prendas, que tinham caído do trenó, estavam todas espalhadas pela rua - fiquei tão preocupada. 
- Então, Pai Natal, o que te aconteceu?? - perguntei eu muito curiosa. - Estás bem??
O Pai Natal explicou-me que uma das suas renas estava mal disposta e ao contornar uma das nuvens, despistou-se e o trenó caiu desgovernado no chão. As renas puseram-se a fugir, assustadas, e ele tinha ficado ali, caído, desamparado, triste e desorientado. Não sabia o que havia de fazer com tanta prenda espalhada pelo chão e, pior, sem renas, não poderia ir distribuí-las por todos os meninos do mundo.
Foi então que me lembrei da conversa que eu tinha tido com a minha avó, e achei que podia ajudar o Pai Natal. A minha avó tinha-me contado que, quando ela era pequenina, não era o Pai Natal a distribuir presentes por todos os meninos, era o menino Jesus. As crianças tinham que deixar uma bota ou uma meia debaixo da chaminé e o menino Jesus, durante a noite, levava presentes a todos os que se tivessem portado bem. Eu até achava muito bem, afinal era o aniversário do menino Jesus, a noite de Natal era a noite em que ele tinha nascido. 
O Pai Natal explicou-me que há uns anos atrás, quando os meninos começaram a pedir prendas muito grandes, ele tinha começado a ajudar o menino Jesus, pois tinha um trenó onde as podia levar com mais facilidade. Mas, agora, não sabia o que fazer: tinha começado a tratar de tudo sozinho e nunca mais tinha visto o menino Jesus, nem sabia como havia de o contactar e perguntou-me se eu o poderia ajudar.
- Claro que sim! - respondi-lhe eu com toda a certeza. - O menino Jesus está dentro do nosso coração e para falarmos com ele só precisamos de falar com a linguagem do amor.
O Pai Natal estava a ficar um pouco confuso e eu clarifiquei o assunto:
- Quando rezamos, em voz alta ou só dentro da nossa cabeça, estamos a usar a linguagem do amor e o menino Jesus ouve sempre o que nós dizemos. Foi assim que a minha avó me explicou.
Ainda assim, o Pai Natal estava preocupado, porque já faltava muito pouco para a noite de Natal e não sabia se daria tempo para avisarmos o menino Jesus. Então, eu disse-lhe que hoje estaria com muitos meninos e muitos adultos e que isso seria o suficiente para conseguirmos falar com o  menino Jesus.
O Pai Natal concordou e agradeceu-me a ajuda. Apanhou o autocarro, que ia mesmo a passar naquele momento, e foi-se embora.
Por isso, hoje, tenho esta missão muito especial: venho pedir-vos que, este ano, usem todos a linguagem do amor para pedirmos ao menino Jesus as prendinhas para todo o mundo. E como o menino Jesus não tem trenó, não vamos pedir prendas muito grandes, em vez disso vamos pedir paz, amor e muita saúde para o mundo inteiro.

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