Imaginem que havia um sistema educativo onde era obrigatório andar na escola até aos 18 anos. Os jovens saíam do sistema só quando completassem a maioridade ou o 12º ano, preparados para ingressar no mercado de trabalho, com habilitações académicas e profissionais. Evitávamos a exploração de jovens no mundo do trabalho que não soubessem reconhecer os seus direitos, ou que não estivessem preparados para lutar por eles. Entrariam nesse mundo apenas depois de uma formação coerente, que os munisse das competências necessárias para enfrentarem um mercado competitivo e nem sempre justo. Ganhavam as empresas na qualidade dos seus trabalhadores, ganhava um país com um nível de escolaridade alto, que se traduz, obviamente, num país com uma mentalidade mais aberta, com uma população mais culta e educada.
Imaginem que as pessoas queriam ser mais cultas e educadas e que lhes era oferecida essa oportunidade.
Imaginem também que depois dos 14 anos, mais coisa menos coisa, os alunos até podiam estudar e receber um subsídio ao fim do mês. Ou seja, não uma educação gratuita, mas uma educação financiada: um incentivo extra como bónus por adquirirem as capacidades mínimas para o desempenho de uma atividade profissional.
Imaginem que até se criavam escolas exclusivamente para esses alunos, que, não pretendendo progredir em percursos académicos de nível superior, procuravam uma formação profissional que lhes permitisse ir trabalhar com qualidade. Não precisavam de se preocupar com investimentos financeiros, já que, como disse, receberiam um incentivo monetário simbólico para ajudar na sua preparação para o mundo laboral.
Estão a imaginar?
Hoje só me apetece imaginar até aqui.