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domingo, 18 de outubro de 2015

A alma

O mundo parece-me, às vezes, andar ao contrário: há os que defendem os animais como se valessem mais do que as pessoas; os que vão ajudar uns que estão longe por acharem, talvez, que por aqui ninguém o mereça tanto; os que se degladiam em volta de resultados eleitorais como se pudesse haver apenas uma interpretação dos mesmos; há os que lutam por subsídios como se viver à custa deles fosse um direito que todos temos de usufruir; os que acham que saber de cor o "Pai Nosso" é saber orar; há muitas coisas ao contrário neste mundo. Estão ao contrário daquilo que me ensinaram, daquilo que aprendi, daquilo que descobri, daquilo que eu sinto.
Mas não desanimo, porque também há muitas coisas certas neste mundo: os que acreditam nas pessoas e nos sentimentos, na verdade da pele e do coração. Uma mistura entre honestidade e humildade que só pode resultar em compreensão.
Passo a semana inteira a encontrar as peças viradas do avesso, a lutar para as endireitar, a escolher seguir de pé para que isso sirva de modelo a quem possa não saber caminhar. Cansa e desgasta, e às vezes não tenho força para me erguer, e paro.
E depois vem o fim de semana - o tempo de ter ou ver só o que está encaixadinho: os afetos, os amores, as saudades, os sorrisos... Um abraço que só transmite calor, mesmo estando assim tão constipada. Uma gargalhada que faz doer abdominais. Uma selfie tirada para o coração. Uma música que nos leva para o reino da perfeição. Um conjunto de tonterias que nos trazem a leveza da tranquilidade. Um amo-te ao acordar. Paz. Verdade. Isso nunca está ao contrário.
Eu só queria dizer que não está fácil, que os dias se sucedem em durezas difíceis de disfarçar, de aceitar, de compreender, de contornar, mas que, ainda assim, tudo vale a pena se a alma estiver cheiinha! E a minha está a transbordar.



 

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