ConText

ConText

terça-feira, 26 de abril de 2016

¡No pasa nada!

Este fim de semana atravessámos a fronteira.
Nem parecia ser uma boa opção por várias razões:
- só podíamos ir no domingo, já que sábado tinha compromissos académicos;
- previa-se tempo quente em Portugal e nem por isso em Salamanca;
- a miúda tem testes esta semana toda.
Contra todos os argumentos, decidimos ir na mesma. Dois dias é sempre melhor do que nenhum; o sol, apesar de mais fresco do lado de lá, brilhou intensamente; e o resultado dos testes da pequenita espero que não estivesse dependente do estudo de véspera! Além disso, aprende-se muito quando se anda a passear.
Vejamos, então, se aprendemos alguma coisa.
1. Acordar cedo com a excitação da viagem dá uma soneira inacreditável durante a viagem. Sim, com quase 40 anos, já sabia isto há muito tempo - mas não há meio de aprender! Não acordo cedo se tiver um exame ou alguma coisa de responsabilidade, mas se for de viagem, não há volta a dar.
2. Viajar para Salamanca tem alguns pontos fortes: um deles é que, saindo do Porto a uma hora decente da manhã, chega-se lá mesmo à hora de almoço - à nossa e à deles -,  e assim conseguem-se harmonizar as diferenças de hábitos.
3. A criança percebeu que, mesmo com apenas 10 anos de idade, entende tudo (ou quase) o que os espanhóis dizem, consegue comunicar razoavelmente com eles e não deixou escapar que o contrário não se verifica. Assim, falar português é uma arma e uma defesa!
4. Sendo nós tão poliglotas, lemos o jornal local logo pela manhã de segunda-feira. Dizia mais ou menos isto uma das notícias: "Com a descida do preço dos combustíveis, há um significativo aumento da circulação de transportes de mercadorias e consequente melhoria na economia." Curioso! Faz sentido! Que ideia inovadora! Por cá, aumenta-se o preço dos combustíveis e obriga-se toda a gente a pagar portagens com consequente... Com consequente... não me estou agora a lembrar da consequência... Ajudam-me?
5. Visitei uma amiga com quem fiz Erasmus em Londres há 19 anos. Outra coisa curiosa: não mudámos nada! Eu asseguro que ela está tão bonita e jovem como há 19 anos atrás. Ela assegura o mesmo em relação a mim!
O quanto se aprende em dois dias!
Só espero que as contas que fizemos às diferenças no valor do gasóleo, as constantes traduções de português-espanhol e geografia percorrida se reflitam positivamente nos testes de matemática, português e estudo do meio da minha Mafalda! E se não... ¡No pasa nada!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Entre bofetadas, lãs e agulhas

Quem lê e estuda literatura portuguesa ou história de Portugal repara que a nossa sociedade apresenta uma estranha uniformidade histórica, como se o passar do tempo mudasse apenas os ornamentos e deixasse intacto o interior dos agentes sociais. Passeando pelas páginas de Eça, de Sttau Monteiro ou de Saramago (como fazemos diariamente no ensino secundário), encontramos críticas sociais que são incrivelmente atuais. Nada de novo. Já nos habituámos a que os estudiosos realcem este facto.
Pessoalmente, gosto de acompanhar estes acontecimentos que apimentam os noticiários, mas principalmente os blogues e imprensa escrita. 
Admiro a capacidade de sermos todos diferentes, de encararmos a mesma realidade sob pontos de vista completamente distintos. É, de facto, admirável, a diversidade de opiniões.
Eu, como outros, encontro esses paralelos históricos e literários e acho-os fascinantes. A personagem que é arrogante e que se sente, genuinamente, superior aos outros e que consegue, ainda por cima, notoriedade pelos cargos que vai conseguindo desempenhar, só pode manifestar essa arrogância no seu dia a dia. Sente-a lá dentro e disfarçá-la, apesar de conveniente, seria um esforço hercúleo e, como se vê, impossível. Prometer bofetadas, salutares ou não, é exprimir superioridade. É arrogância social; e eu sei isso porque às vezes também sou atacada por essa vontade incontrolável de exprimir a minha superioridade em relação a outros. Mas depois penso: é melhor não, não é bonito. Exprimo-a na mesma, a maior parte das vezes, só para dentro e, quando sai, penso que tenho sorte em não ser ministra. Conclusão: o azar foi ele ser ministro.
As agulhas e as lãs não me merecem tanta atenção porque nunca fui muito dada às artes plásticas, esculturais, às de sucesso - como se vê. Não sei, portanto, identificar-me nessa vontade de levar agulhas e lãs numa travessia marítima perigosa. Percebo, contudo, a dificuldade de separação em relação à coleção Apple, embora ache muito estranho que não tenha selecionado uns alimentos para levar. Eu colocaria na mochila comida e água. O resto não sei, talvez a enchesse mesmo só com comida. Mas, pelos visto, nem todos têm tanto apetite como eu; ou será que tem a ver com as reservas?! Tendo mais reservas lá dentro, não precisa de as levar na mochila. 
E entre Gouvarinhos e Dâmasos Salcedes continuamos a jornada.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Bom dia, Portugal!

No programa "Bom dia, Portugal!" (RTP 1), de hoje de manhã, na rubrica Bom Português, a jornalista perguntava se se dizia "O diretor está a par da situação." ou "O diretor está ao par da situação." Um lisboeta, convicto dos seus conhecimentos de língua portuguesa, respondeu: "A par! A par! Ao par é muita mau!"
E eu já me ri o suficiente para o dia todo. Os lisboetas são mesmo engraçados.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

O Post de hoje é para o Professor Lino!

O meu grupo da pós-graduação é constituído por dez mulheres. Este facto só por si daria para muitas linhas de divagação - mais ou menos filosófica. Sim, as mulheres, no geral, são extremamente filosóficas: têm teorias, formas de encarar a vida, normas para sobreviver ao dia a dia, opiniões, sugestões, mais opiniões e ainda extra opiniões. Foi assim que nos ensinaram, que nos educaram, e nós fazemos jus a tudo isso. E eu acho muito bem; é esta a minha opinião!
Na pós-graduação, geralmente, temos professoras, mas, desta vez, temos um professor! O professor Lino Oliveira está cansado de comprovar esta minha opinião: que as mulheres têm muitas opiniões. E este post serve apenas para isto: Professor Lino, desculpe, não fazemos por mal - é apenas a nossa natureza.
P.S. Professor, repare bem nas etiquetas, esta publicação vai ser um sucesso!